OPINIÃO
PERESTROIKA ÀS AVESSAS
Terça, 01 de março de 2022
Vladimir Putin não é, nem de longe a encarnação de um líder desejado pela Democracia, ao contrário, é um remanescente da Cortina de Ferro, onde ocupou cargos de destaque em uma organização das mais sanguinárias e opressoras do regime, o Komitet Gosudarstvennoi Bezopasnosti, ( Comitê de Segurança do Estado) a temida KGB e assistiu, de dentro a Perestroika de Mikhail Gorbachev.
Consta que diante das imperiosas e irreversíveis mudanças impostas pela Glasnost decidiu se juntar ao grupo que definiu o fim da URSS.
Poliglota, praticante de artes marciais e culto, serviu em embaixadas da então URSS na Europa ocidental, no seu retorno a pátria, foi chefe da KGB até sua extinção. Profundo conhecedor da geopolítica, especialmente da Europa, foi imediatamente adotado pelo novo sistema recém nascido.
A Glasnost atirou no que viu e acertou no que não viu, não era fundamentalmente a intenção de Gorbachev o fim da URSS, mas as necroses emergidas com as medidas de transparência adotadas por Gorby desencadearam uma avalanche de instabilidades estruturais que resultaram na queda do regime que resultaram na extinção da URSS, simbolizada historicamente pela queda do muro de Berlim.
Curiosamente, Berlim foi o último reduto internacional de Putin.
Assim que Putin chegou ao poder, pelo sufrágio universal, sua política para resgatar o prestígio desgastado da Mãe Rússia foi aclarada. Há de se reconhecer que o papel de coadjuvante no cenário internacional incomodava, e muito a Rússia, naquele ambiente, carcomido pela ineficácia do comunismo durante 69 anos, o país, que esteve no protagonismo internacional, estava a caminho do terceiro mundo.
Baluarte na retomada da Rússia ao protagonismo político, econômico e bélico, Putin foi se estabelecendo como um mártir, se mantendo no poder desde o ano 2000.
A crise com a Ucrânia é histórica, remonta de antes da Revolução Russa em 1917 e se arrasta até os dias atuais, passando por um longo período de absorção da Ucrânia pela URSS, 1922-1991.
Os conflitos étnicos entre os dois países é, portanto histórico e recorrente.
A OTAN (Organização do Tratado do Atlântico Norte), criada pelos EUA exclusivamente para fazer frente ao antigo bloco soviético, ou seja, para contrabalancear ao Tratado de Varsóvia, é um tratado militar, bélico, assim como o era o Tratado de Varsóvia, se tornou, em tese, desnecessário e até obsoleto.
Com o fim da URSS, findou-se também o Tratado de Varsóvia, mas a OTAN ainda vive, desta feita, cooptando vários países que faziam parte do Tratado, incluindo aí a Ucrânia, que por sua localização estratégica incomoda a Rússia.
Em 2008, o então Presidente americano Barak Obama fez um convite oficial para que a Ucrânia integrasse a OTAN, o que incomodou a Rússia. Para retaliar, Putin tentou anexar a Criméia, fomentando movimentos separatistas e ensaiando uma invasão. Situação contornada por Trump, com sua eleição em 2014. Com a saída de Trump, o convite foi reafirmado, fato que Moscou não aquiesceu.
O fato é que, desde, no mínimo 2008, Putin se organiza para uma invasão militar da Ucrânia, em sua sanha imperialista, agora com um álibi, defesa de seu território contra uma possível instalação de bases militares da OTAN bem na porta de sua casa.
A Europa ocidental depende de insumos produzidos pela Rússia, 40% do gás natural que necessita para sobrevivência, vai da Rússia, por exemplo.
Uma retaliação ao ato de guerra da Rússia é urgente e necessária, o povo ucraniano está pagando um alto preço e as promessas de proteção por parte da OTAN se resumem a embargos econômicos ou comerciais.
É certo que muitos interesses estão em jogo, a maioria deles, jamais conheceremos, mas o que fica muito claro é que os líderes mundiais, os protagonistas, é claro, vem demonstrando fraqueza de caráter e de liderança, o Pacto de Munique que o diga. Nessa seara, Vladimir Putin está mostrando ao mundo que as garras do urso são maiores que as da águia e o tigre, é seu aliado.
A invasão russa à Ucrânia, absurda e imperdoável não deveria ter ocorrido, efetivada, como foi, a solução parece cada vez mais distante. Quais os interesses por trás disso, também não saberemos, jamais.
A pergunta que não quer calar é a seguinte: quanto tempo a Rússia, que vem se preparando para o conflito, pelo menos desde 2008, suportará os embargos da OTAN e a Europa ocidental, quanto tempo suportará sem os vitais insumos vindos da Rússia?
Paz e Luz.
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