Domingo, 04 de dezembro de 2022

Houve um tempo em que o Brasil era conhecido como um oásis de tranquilidade, especialmente pela abundância de recursos naturais e pelo espírito pacifista de sua população, somados ainda aos costumes liberais pelos quais o país era visto pela comunidade internacional.

   Talvez por comodismo ou por resiliência, esse rótulo foi aceito com naturalidade por grande parte dos nacionais, especialmente aqueles que obtinham lucros exorbitantes com os efeitos dessa fama.

   É verdade também, que aquele oásis tinha lá suas turbulências internas, mas que pouco ou nada incomodava o chamado primeiro mundo, afinal, bastava um punhado de Dólares e algumas frases convenientemente colocadas que tudo se resolvia. A conhecida “síndrome de vira latas.”

   Inadvertidamente, aparentemente num aborto político, uma reviravolta ocorreu surpreendentemente de forma instantânea, desterrando, sem profundas escavações, um potencial laboral que o coloca na vanguarda da economia e na política internacional, de forma irreversível.

   Esse despertar, até então improvável a olhos nus, causou profundas movimentações no cenário das tendências geopolíticas, estremecendo alguns paradigmas e quebrando outros gerando uma onda de temeridades, alterando o quadro de celebridades tidas e havidas como imaculadas. Nenhuma novidade considerando os ciclos rotativos da existência humana no planeta azul.

   Como toda mudança gera temores, o ambiente planetário naturalmente entraria num comportamento depressivo, temerário, mas não sem lutar, o famoso “jus esperniandi”, afinal, conceitos foram reajustados, comportamentos adaptados, a maré mudou.

   De uma forma automática e pontual, a saga do mal se perpetua quando ataca os pontos vulneráveis de suas vítimas, de seus hospedeiros. Natural, portanto, que a bola da vez seria o Brasil, o principal responsável pela ruptura do status quo. A ponta de lança da reviravolta da geopolítica, um verdadeiro gigante acordou, um gigante incomoda muita gente.

   Uma situação de instabilidade social pretendida com os recentes acontecimentos na política brasileira é tudo que esse establishment deseja, é a tábua de salvação daquela estrutura apodrecida da qual uns poucos se beneficiavam enquanto a maioria se esforçava para manter as benesses de uma elite acomodada sob o disfarce de progressista.

   O terceiro mundo sempre foi o laboratório das mais perversas experiências, sejam elas no campo científico, econômico e bélico, nenhum campo é tão fértil, nesse caso, como o Brasil, o balão de ensaio ocorreu sutilmente com a eclosão da tal pandemia, onde os ventos de democracia foram seriamente abalados por medidas totalitárias, ditatoriais e arbitrárias, aclarando, por si só, a fragilidade da República, dividida entre dois interesses distintos.

   Tudo muito bem arquitetado, minunciosamente trabalhado, desde distorções científicas até informações maldosas, falsas e provavelmente bem remuneradas pela grande mídia que, há muito se descomprometeu com a verdade.

   Ações descabidas e absurdas decretaram a falência da Constituição chamada Constituição Cidadã, abrindo precedentes, pavimentando a via para as medidas subsequentes, que trouxeram o país a uma situação de exceção.

   O golpe foi dado em nome da hegemonia dos interesses internacionais, sob o olhar pacífico e passivo das instituições da República, a Carta Magna não é mais uma instituição do povo, o povo não é mais uma instituição do país.

   Falhamos enquanto povo, falhamos enquanto instituição, o povo é a maior instituição de um país.

   Só nos resta, pelo nosso futuro, mostrarmos o reverso, exigirmos nossa posição de maior instituição do Brasil, salvando nossos valores, nossa dignidade e quem sabe, o mundo.

   Paz e Luz.

 


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Domingo, 21 de agosto de 2022

Escolhas
















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