OPINIÃO
Enxurrada de partidos
Sábado, 13 de agosto de 2022
Afinal, para que servem os partidos políticos?
Em vigor desde 1979 no Brasil, o chamado pluripartidarismo trouxe uma miscelânea de ideias políticas, administrativas e culturais dando vasão a um emaranhado de grupos e sub grupos homogêneos e heterogêneos, com pretensões as mais diversas, com siglas e nomes cada vez mais sugestivos, mas inócuos, que foram batizados de partidos políticos.
Sob a falsa premissa de fidelidade partidária, foram ganhando força no país, e se multiplicaram como milagre, alcançando assim a notoriedade pretendida pelos seus criadores que agora podem, cada um, ter seu próprio partido, onde estabelecem suas próprias regras, sob os auspícios de estatutos esdrúxulos, fabricados na base do cola e copia.
Sem um mínimo de estrutura ética e muitas vezes moral, os partidos navegam com vento em popa pela legislação eleitoral no país, coletando adeptos transitórios e sobrevivendo de verba pública.
Desprovidos de ideologias concretas, claras e objetivas, se concentram na oportunidade do momento para manterem suas cadeiras legislativas, às vezes executivas, numa luta perene pela sobrevivência vampiresca, sempre ignorando de propósito os interesses da nação.
Partido é uma fração, ou facção, uma divisão, é também particípio passado do verbo partir no sentido de ir embora, sair e que pode também significar separar, quebrar. Trataremos aqui da segunda versão, separar, quebrar. Logo, os partidos nada mais são que segregação de grupos que têm em comum apenas o desejo de obter seu quinhão de poder.
Sempre que nos ativermos ao pluripartidarismo, havemos de lembrarmos que foi idealizado e protocolado pelos principais interessados no turbilhão de oportunidades direcionadas que tal situação política trouxe natural e legalmente.
Não sou favorável a monopólios partidários, mas não podemos conceber a geração espontânea de partidos políticos que recrutem indiscriminadamente adeptos com a finalidade de participar do poder em benefício próprio. Os interesses difusos às vezes confusos dos chamados partidos políticos, sua razão de ser e seus fundamentos se dissipam no momento em que se escoram no doentio coeficiente eleitoral para firmarem coligações partidárias flagrantemente destorcidas para garantir cadeiras, nas eleições proporcionais, oferecendo-nos a oportunidade de conhecer parlamentares que não foram eleitos pelo voto direto, curioso não?
Por outro lado, a frenética corrida pelo fundo eleitoral, o fundão, e pelo fundo partidário proporciona um verdadeiro “oba-oba” na seleção de candidatos a cargos parlamentares que, sem a mínima expressão, engrossam a fila de coadjuvantes para direcionar os votos de legenda aos caciques dos respectivos partidos, além de oferecer nota fiscal aos “gastos” do partido ou coligação.
Todo esse engodo é absolvido legalmente pela sofrida democracia, verdadeiro “coração de mãe”, que tudo aceita sem reclamar assessorada pela desinformação e pelos discursos demagógicos, com ampla cobertura dos reais interessados.
Está em vigor, infelizmente, no Brasil, a “democracia partidária” mesmo sem a participação maciça da população, ou seja, o brasileiro não é e não há de ser militante de partido político, especialmente enquanto durar as caquéticas estruturas partidárias adotadas na legislação pátria.
É bom lembrar que a Justiça Eleitoral Brasileira foi criada em 1932, em plena Era Vargas e o pluripartidarismo, de 1979, é nitidamente fruto de um verdadeiro revanchismo pós Arena e MDB.
Paz e Luz.
Mais artigos do(a) autor(a)
Domingo, 01 de janeiro de 2023
Feliz 2023
Domingo, 25 de dezembro de 2022
Feliz 2023
Domingo, 18 de dezembro de 2022
Verdades utópicas
Domingo, 11 de dezembro de 2022
Sim, somos manés
Domingo, 04 de dezembro de 2022
Anverso e reverso
Segunda, 28 de novembro de 2022
Para que eu quero descer
Domingo, 20 de novembro de 2022
Perdeu Mané
Domingo, 13 de novembro de 2022
A Constituição cidadã
Domingo, 06 de novembro de 2022
A soberania popular
Segunda, 31 de outubro de 2022
Fique em casa, a economia a gente vê depois
Domingo, 23 de outubro de 2022
A lisura informacional
Domingo, 16 de outubro de 2022
Reflexões
Segunda, 10 de outubro de 2022
Leve vantagem você também
Domingo, 02 de outubro de 2022
Seu voto faz a diferença
Domingo, 25 de setembro de 2022
Um lugar ao sol
Segunda, 19 de setembro de 2022
Mistérios e conchavos
Domingo, 04 de setembro de 2022
Voto útil
Domingo, 28 de agosto de 2022
Do politicamente correto ao perfeitamente imbecil
Domingo, 21 de agosto de 2022
Escolhas
Domingo, 07 de agosto de 2022
O antagonismo libertário
Domingo, 31 de julho de 2022
A voz do Brasil
Domingo, 24 de julho de 2022
Cumplicidade ou traição?
Sábado, 16 de julho de 2022
Corrupção, corruptos, corruptores e nós, o povo
Sábado, 09 de julho de 2022
A CAIXA DE PANDORA
Domingo, 26 de junho de 2022
SÓ ÓLEO
Quinta, 24 de março de 2022
O lixo sob o tapete
Sábado, 19 de março de 2022
Triste sina
Domingo, 13 de março de 2022
Afinal, quem são os culpados?
Quinta, 03 de março de 2022
As quatro linhas
Terça, 01 de março de 2022
PERESTROIKA ÀS AVESSAS
Domingo, 20 de fevereiro de 2022
A segurança pública e seus algozes
Warning: Undefined array key "acessos" in /home1/jorn3419/public_html/artigo.php on line 348