OPINIÃO
Feliz 2023
Domingo, 25 de dezembro de 2022
FELIZ 2023
Não é novidade para ninguém que os políticos brasileiros, nos diversos níveis, ao tomarem posse, sofrem de uma curiosa amnésia seletiva que os qualifica ao cargo. Subitamente, pessoas da nossa convivência, conhecidas por sua combatividade, altruísmo e honestidade são abduzidas para uma dimensão rarefeita que as diferencia dos mortais.
Algo parecido com uma mutação faz com que passem a defender apaixonadamente os interesses da instituição que os recebe, encarnando um espírito de corpo heroico a ponto de colocarem a defesa de seus pares acima de quaisquer interesses originais. Se tornam impenetráveis, infalíveis, impávidos.
Existem exceções, ainda creio, mas minha crença se apequena a cada dia.
Também não é novidade que se refestelam com o fácil acesso que têm aos cofres públicos para a satisfação de suas aspirações pessoais, disfarçadas de “obras públicas” ou de obras sociais, notadamente porque esse acesso é legal, devidamente aprovado por eles mesmos, tudo pelo social.
De tal sorte que os cofres públicos, o erário, se tornam um verdadeiro eldorado, destino de todo sortudo que conseguiu um mandato.
Em 2016, o então Presidente Temer sancionou a Lei das Estatais, que disciplinava o funcionamento de empresas públicas, estabelecendo condições e requisitos para a direção, impedindo, de certa forma que políticos inescrupulosos ou comprometidos se tornassem presidentes, condições mantidas pelo Governo Bolsonaro, com amplo êxito. De deficitárias, inadimplentes e a caminho da falência financeira e moral, passaram a lucrativas, bem sucedidas e com credibilidade internacional.
Empossado, o Presidente Bolsonaro se pautou dentro do teto de gastos, estritamente dentro da lei de responsabilidade fiscal, estabelecendo limites que credenciaram o Brasil a postulante a uma vaga no primeiro mundo, buscando equilibrar as contas públicas e a racionalidade fiscal.
A famosa PEC do orçamento secreto, na verdade a PEC das emendas do relator, que promove um verdadeiro oba-oba com o erário por parte de parlamentares, vetada pelo Presidente Bolsonaro e validada pelos congressistas, “goela abaixo”, alvo de críticas ferrenhas nas eleições 22, somente agora considerada inconstitucional pelo bendito STF, o que, naturalmente magoou profundamente os congressistas, reforça a tese da dimensão paralela em que vivem esses seres “eruditos”.
Os três fatos que citei, de propósito, que estavam aparentemente dominados, ou pelo menos apaziguados em função da austeridade do governo vigente, ressurgiram, tal qual uma fênix, com a eleição controversa de São Lula. O Congresso Nacional, estático e adormecido com todos os acontecimentos recentes no país, retomou suas atividades de forma turbinada, em final de ano legislativo, inclusive para votar seu reajuste salarial, na calada da noite, como sempre, para movimentar a pauta que, no final, lhes é favorável, como a PEC das estatais, a PEC fura teto e o orçamento secreto.
Sem pestanejar, são movimentos precisos, impactantes que dão vazão ao ditado popular de que: “quando o gato sai, os ratos fazem a festa”.
A novidade é que o uso de tornozeleiras eletrônicas passam oficialmente a integrar os requisitos para ocupar um cargo político, por outro lado, seu uso passa a ser ostentação, já que seus usuários, abastados e poderosos as farão de ouro cravejado de brilhantes, com luz de LED, câmeras 3D, relógio e medidor de pressão digitais. Além de emitir sinais em caso de perigo iminente.
Seu grau de importância ou sua posição dentro da estrutura do poder será medido pelo tipo de tornozeleira que você usa. A pergunta então é a seguinte: Qual a tornozeleira que você usa?
Tenham um feliz 2023, se puderem.
Paz e Luz.
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