OPINIÃO
O antagonismo libertário
Domingo, 07 de agosto de 2022
“Não há liberdade para os inimigos da liberdade.” (Saint-Just)
Isso significa dizer que não há tolerância para os intolerantes. Segundo alguns historiadores, esse foi o pensamento que norteou os iluministas do século XVlll, cujas ideias culminaram com a Revolução Francesa, julho de 1789.
Decorridos 233 anos da sanguinária revolução que teve início com a chamada Queda da Bastilha em Paris, algumas indagações racionais tem descortinado a verdade sobre aquela convulsão social que ganhou páginas e páginas da História da humanidade.
Revoluções não se iniciam sem ideais, portanto, sem lideranças, uma população ou um povo não as fazem por mera vontade própria, uma revolução não é uma combustão espontânea.
Numa revolução que teve, conforme nos foi ensinado, como lema Liberdade, Igualdade e Fraternidade, é, no mínimo curioso que tanto sangue de irmãos fosse derramado em nome desses três pilares.
Por outro lado, após amplo sucesso dos “revolucionários”, a derrubada da Monarquia Francesa, se resumiu a 10 anos, já que em 1799, após um golpe militar, Napoleão Bonaparte se tornou Imperador, criando-se assim o Primeiro Império Francês, com quase incondicional apoio popular.
Os revolucionários, após libertarem cerca de 17 prisioneiros da Bastilha, um castelo medieval transformado em prisão, para onde eram levados prisioneiros elitizados, a pedido da própria família, levaram à guilhotina qualquer um que se opusesse à revolução, inclusive a Família Real Francesa. Relevante lembrar, que a decisão cabia aos próprios revolucionários que julgavam quem era e quem não era inimigo da revolução.
Ainda segundo alguns historiadores, a ideia de socialismo teria ganhado força com os ideais libertários daqueles insurgentes, mais tarde chamados de iluministas, cujos conceitos de Liberdade, Igualdade e Fraternidade eram bem particulares, perfeitamente ajustados aos seus mais acirrados interesses.
Liberdade, conforme o entendimento dos revolucionários era se livrar da moral, desvencilhando-se de quaisquer princípios que os limitassem dentro dos conceitos morais da época, como a sensualidade, a submissão aos laços familiares e a prática da fé religiosa (Cristã).
Igualdade, na mesma visão, significou que o homem não deve se submeter a nenhuma regra que o colocasse subordinado ética, moral ou hierarquicamente a outro homem, ou seja, ignorando qualquer tipo de autoridade sobre si, seja moral, religiosa, familiar ou funcional.
Por último e não menos importante, a Fraternidade, que seria conseguida com o sangue de opositores, que não seriam, portanto, considerados irmãos, logo, condenados ao extermínio.
Com esses singelos conceitos, vitoriosos por meio de anos de convencimento, com obras utópicas, relatos irreais e contando, como sempre, com a ignorância, a ingenuidade e com a passividade do povo, mudaram o curso da História.
Durante os próximos 10 anos pós revolução, praticaram verdadeira carnificina e até mesmo a autofagia, sempre afagados pela vaidade típica do Poder absoluto.
O retorno da Monarquia, imposto por Bonaparte atrasou-lhes o plano de dominação, dando início a uma nova era de polarização com a qual convivemos até os presentes dias.
Os reflexos desse antagonismo libertário passaram a perseguir a humanidade, que, ora por meio da força ora por meio de doutrinação, é submetida a delírios, aparentemente prazerosos e perenes, em benefício de tiranos ávidos de poder e do controle total, inclusive sobre o pensamento.
A grande vitória daqueles “iluministas”, não confundir com iluminados, foi tolher-nos da capacidade de pensar por nós mesmos, foi furtar-nos da capacidade de tirar nossas próprias conclusões, usando para isso a massificação de conceitos particulares que traduzem subliminarmente sua vontade ou seus interesses.
“Uma mentira contada mil vezes da mesma maneira se torna verdade” (Joseph Göebbels), em contrapartida, outro alemão nos previne: “Os tolos dizem que aprendem com seus próprios erros; eu prefiro aprender com os erros dos outros.” (Otto von Bismark)
Paz e Luz.
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