OPINIÃO
Sim, somos manés
Domingo, 11 de dezembro de 2022
É doloroso admitir, mas sim, somos manés e estamos perdendo. Estamos perdendo nossa dignidade, nossos valores, nossos sonhos, nossas convicções, enfim, estamos perdendo o Brasil.
Somos manés e escolhemos manés como nossos representantes, entre eles existem três categorias, os que aceitam passivamente o mantra, os que se acham mais espertos, e os que tentam se desvencilhar.
Dos que aceitam, desnecessário falar. Dos que se acham espertos, é sempre bom lembrar que são retroalimentados com vantagens transitórias, que se esgotam com o tempo, à medida em que perdem sua utilidade, a História é suficientemente fiel ao retratar sua saga. Quanto à terceira categoria, talvez uma ínfima minoria, é engolida pela inoperância das duas primeiras, assim sendo, continuam manés.
Somos manés porque acreditamos, durante anos, que houve um golpe em 1964, que vivíamos numa ditadura ente 1964 e 1985, conduzidos que fomos por uma elite intelectual que se estabeleceu criticando o Regime Militar democrático e assim construíram verdadeiras fortunas, reescrevendo a história de forma deturpada, baseados em narrativas que não se sustentam perante a verdade.
Fomos e continuamos manés quando compactuamos com o aparelhamento de nossas escolas e universidades baseados em construções semânticas que fabricavam heróis fictícios oriundos de ideologias fracassadas, invertendo a lógica cognitiva e induzindo o raciocínio a um objetivo predeterminado e doutrinário. Por não percebermos os estágios estruturantes e cronológicos da doutrinação que condenaria toda uma geração.
Somos manés por acreditar que uma simples eleição direta para a presidência reestabeleceria a tão sonhada democracia utópica que aquelas narrativas recheadas de falsetes nos impingiram.
Somos manés sim, pois acreditamos numa Assembleia Legislativa que votou e promulgou uma Carta Constitucional revolucionária, exemplo para o mundo, aclamada como a Constituição Cidadã e que ela seria a nossa tábua de salvação.
Somos manés a ponto de nos calarmos passivamente diante dos inúmeros escândalos de corrupção que se formaram após a promulgação da ínclita Constituição que garantiria a tão sonhada redemocratização, permitindo a proliferação dos roedores da República, tudo impunemente sob o olhar pacífico e talvez passivo da Carta Cidadã.
Sim, somos manés, assistimos e aplaudimos o “estupro” da Constituição ao admitirmos, na prorrogação, a reeleição para a Presidência, conseguida, sabe-se lá como, ou sabemos e fingimos não saber.
Somos manés por permitir, ao longo dos anos, os constantes ajustes constitucionais que visaram tão somente sua adequação aos interesses de grupos bem colocados na tabela.
Somos manés porque vimos com bons olhos a adaptação da Constituição às vontades deletérias de uma população carente, quando o normal e racional e patriótico seria o contrário.
Somos manés, pois concordamos em jogar dentro das quatro linhas o tempo todo, enquanto alguns privilegiados podem se dar ao luxo de não fazê-lo, sob seus auspícios.
Somos uma população de manés por estarmos sujeitos aos desejos de deuses pagãos que se apossaram da interpretação daquela que seria a expressão da vontade popular, por nos submetermos a flagrantes atentados ao texto magno e por simplesmente engolirmos nosso choro e nos entregarmos a lamentações.
Continuamos manés porque estamos assistindo tudo isso e continuamos assentados dando milho aos pombos, como dizia o poeta, por deixarmos que o ódio se estabeleça entre nós, dividindo, destruindo.
Somos todos manés por não percebermos os verdadeiros interesses por trás dos acontecimentos que se sucedem na vida política do Brasil, condenando-o à subserviência no cenário internacional, por não pensarmos mais que em nosso próprio umbigo, por amarmos vantagens indevidas e felicidade instantânea e transitória, por não enxergarmos mais que um palmo à frente do nariz.
Talvez, mas só talvez, essa foi a verdadeira mensagem, o verdadeiro sentido da célebre frase do iluminado Ministro lá nas terras do Tio Sam.
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