Domingo, 13 de novembro de 2022

   Desde sua promulgação em outubro de 1988, a Constituição da República Federativa do Brasil, foi propalada aos quatro ventos como a Constituição Cidadã, notadamente por seu caráter eminentemente democrático, especialmente em contradição à Constituição de  1969, outorgada durante o Regime Militar e que trazia em seu bojo alguns limites considerados autoritários.

   Tida e havida como a mais democrática do planeta, nossa Constituição, embora exaustivamente analítica, procurou atender a todas as demandas da população, dando especial ênfase na liberdade e nos direitos individuais e coletivos de maneira abrangente e direta.

   É certo que durante sua vigência, vem sofrendo emendas, que a tornaram quase uma colcha de retalhos, mas com a justificativa sempre pontual de se buscar sua melhor aplicação no âmbito de seu principal objetivo, a LIBERDADE.

   Entre idas e vindas, a Carta Magna passou a ser respeitada e até mesmo admirada pelos nacionais e por várias outras civilizações, seu caráter democrático ganhou o mundo e passou então a ser estudada com afinco, na verdade uma Constituição futurística que procurou dar vida ao seu principal cliente, o CIDADÃO.

   Sobreviveu com bravura aos atropelos que a vida política e administrativa no país, foi importunada em várias ocasiões, mas se impôs como baliza para a sociedade brasileira, fomentando, como nunca as esperanças de um povo maltratado pelas intrigas que cercam o poder.

   Durante 30 anos, ela imperou soberana, apesar de ajeitos que a mutilaram para atender a um e outro desejo de poderosos, mas se recuperou meio trôpega para se consolidar como inspiradora da nossa tão sonhada DEMOCRACIA.

   Inadvertidamente, sem nenhuma provocação de sua parte, há 4 anos, eis que surge um paladino para afrontá-la, ameaçando-a de morte. Um verdadeiro golpe traiçoeiro, vindo de quem foi instituído para salvaguardá-la de saques e atentados.

   Ferida de morte, a Constituição 88 agoniza nas mãos de seus carrascos, levando consigo nossas esperanças, nossos sonhos e nossa dignidade. Tudo isso a olhos nus, sem qualquer piedade e sem qualquer pudor.

   Ao ser atacada em seus órgãos vitais, a LIBERDADE E OS DIREITOS INDIVIDUAIS, ela passou a respirar por aparelhos, pedindo socorro sem ser ouvida, implorando sem ser notada.

   Ainda não se sabe se sobreviverá. Nada se sabe sobre seus possíveis últimos suspiros, quem os receberá ou quem os provocará.

   Provavelmente aparecerão sequelas, ainda que ela sobreviva, no caso de sua prematura morte, absolutamente nada é previsível.

   A sede de poder pode estar exterminando as sementes de democracia que a Constituição Cidadã plantou no canteiro dos corações brasileiros, o poder corrompe, estupra e deteriora qualquer sociedade.

   Uma nação politicamente organizada é soberana inclusive para constituir um Estado. Arroubos totalitários hão de ser extirpados da nossa pátria.

   Sem nossos direitos individuais e sem nossa liberdade, como será o dia depois de amanhã?

   Paz e Luz.

  


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Domingo, 21 de agosto de 2022

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