OPINIÃO
Leve vantagem você também
Segunda, 10 de outubro de 2022
No final dos anos 70, do século passado, um comercial televisivo, protagonizado por um ícone do vitorioso futebol brasileiro, trazia a frase título como chamamento ao produto anunciado e, como não poderia deixar de ser, ganhou projeção rapidamente.
As más tendências do famoso “jeitinho brasileiro” rapidamente assimilaram a frase que, usada fora do contexto, passou a dominar a conversação coloquial no Brasil, se tornando um jargão popular usado até os dias atuais.
É certo, entretanto, que a frase não é de autoria do grande craque da Seleção Brasileira, certamente contratado como garoto propaganda, que apenas representou seu papel, mas ficou debitada, por assim dizer, na conta do atleta como a “Lei de Gerson”, sem que necessariamente seja sua posição ou postura como cidadão, acredito nisso.
Sem resistência consistente, o jargão passou a representar a malandragem brasileira, uma pecha que lamentavelmente aceitamos até com certo orgulho perante a comunidade internacional, o que traz ao brasileiro muitos constrangimentos nas relações internacionais.
Diante dessa realidade, passamos a conviver internamente com a ideia que o triste jargão nos impôs, especialmente quando levado em termos gerais, obviamente fora do contexto do comércio ou de negócios financeiros. As consequências, literalmente, são catastróficas sob o ponto de vista social ou de cidadania.
Inexoravelmente, a saúde política no Brasil foi é afetada por esse mal que assola a nação de forma contagiante e nefasta. Pavimenta as vias da corrupção e silencia as tendências para a prática do bem, escraviza, gera dependência e deturpa o caráter.
Com o pensamento adestrado, visando sempre vantagens, nos permitimos ser conduzidos pelo poder econômico mesmo quando temos a oportunidade de rechaça-lo pelo meio do voto que tem o poder de encaminhar nossa independência moral.
Por mais que ainda esperemos uma reação popular no sentido de escolher representantes políticos com critérios que atendam aos anseios de desenvolvimento social, econômicos e morais, ainda preferimos nos prostrar em série na fila das migalhas.
As eleições de 02 de outubro 22 deram mostras claras de bis in idem das outras tantas em que desprezamos nossa moral, é com tristeza que vejo o poder econômico escolher nossos representantes, é com decepção que testemunho as campanhas abastadas decretarem que o dinheiro “ganha a eleição”.
Em que pese a alegada e alegórica equidade prometida pelo vexatório “fundão” eleitoral, o que vimos foi uma distribuição tendenciosa de recursos públicos que garantem uma reciprocidade diversificada que dá vida ao nosso título e amplifica nossa indignação enquanto civilização.
O que nos foi escancarado foi uma plêiade de candidaturas inexpressivas, incongruentes e medíocres, escoradas em obscuros acordos que dão vantagens ambíguas, temporárias e ilusórias.
Embora nosso cenário político tenha sofrido renovação útil, ainda nos deparamos com inexplicáveis redutos eleitorais que amparam uma casta política repugnante, insistentemente inoperante e extremamente inexpugnável.
Em matéria de política, nossa maior vantagem há de ser a honestidade, a sinceridade, o espírito público, o altruísmo, a austeridade com a coisa pública e a fraternidade.
Na prática, a vantagem já é carimbada, ou seja, tem endereço certo para garantir o status quo que os legitime e lhe forneça a chibata.
Leve vantagem você também, doravante, escolha levando em consideração sua ética, seus valores, sua moral e seu caráter, se não por você, por seus filhos.
Paz e Luz.
Domingo, 01 de janeiro de 2023
Feliz 2023
Domingo, 25 de dezembro de 2022
Feliz 2023
Domingo, 18 de dezembro de 2022
Verdades utópicas
Domingo, 11 de dezembro de 2022
Sim, somos manés
Domingo, 04 de dezembro de 2022
Anverso e reverso
Segunda, 28 de novembro de 2022
Para que eu quero descer
Domingo, 20 de novembro de 2022
Perdeu Mané
Domingo, 13 de novembro de 2022
A Constituição cidadã
Domingo, 06 de novembro de 2022
A soberania popular
Segunda, 31 de outubro de 2022
Fique em casa, a economia a gente vê depois
Domingo, 23 de outubro de 2022
A lisura informacional
Domingo, 16 de outubro de 2022
Reflexões
Domingo, 02 de outubro de 2022
Seu voto faz a diferença
Domingo, 25 de setembro de 2022
Um lugar ao sol
Segunda, 19 de setembro de 2022
Mistérios e conchavos
Domingo, 04 de setembro de 2022
Voto útil
Domingo, 28 de agosto de 2022
Do politicamente correto ao perfeitamente imbecil
Domingo, 21 de agosto de 2022
Escolhas
Sábado, 13 de agosto de 2022
Enxurrada de partidos
Domingo, 07 de agosto de 2022
O antagonismo libertário
Domingo, 31 de julho de 2022
A voz do Brasil
Domingo, 24 de julho de 2022
Cumplicidade ou traição?
Sábado, 16 de julho de 2022
Corrupção, corruptos, corruptores e nós, o povo
Sábado, 09 de julho de 2022
A CAIXA DE PANDORA
Domingo, 26 de junho de 2022
SÓ ÓLEO
Quinta, 24 de março de 2022
O lixo sob o tapete
Sábado, 19 de março de 2022
Triste sina
Domingo, 13 de março de 2022
Afinal, quem são os culpados?
Quinta, 03 de março de 2022
As quatro linhas
Terça, 01 de março de 2022
PERESTROIKA ÀS AVESSAS
Domingo, 20 de fevereiro de 2022
A segurança pública e seus algozes
Warning: Undefined array key "acessos" in /home1/jorn3419/public_html/artigo.php on line 348