Domingo, 04 de setembro de 2022

Longe de tentar influenciar na escolha de um ou de outro candidato, não é o meu objetivo, faço dessas linhas um apelo à cidadania, que implica, inexoravelmente, no futuro dos meus filhos haja vista que o destino do nosso país será traçado com nossas escolhas, logo, me considero legítimo para discorrer sobre.

   Num passado não muito distante, assistimos nossos conterrâneos votarem em um macaco do zoológico do Rio de Janeiro, talvez como protesto ou talvez por irreverência, eu pessoalmente considero irresponsabilidade e explico porque, ao efetivar uma atitude nesse nível, estaremos dando vazão a candidatos, que se tornarão nossos representantes, sem a mínima condição moral para um cargo de tamanha relevância nas democracias.

   Esse panorama parece ter mudado nos últimos anos, porém nem tanto, várias “celebridades” artísticas, esportivas e até caricatas, verdadeiras eminências pardas no cenário político, foram usadas como “puxadores de votos” que na verdade ocultaram os reais interesses que visavam tão somente garantir a hegemonia de políticos desgastados, portanto, derrotados nas urnas.

   O sistema proporcional adotado pela legislação brasileira, nitidamente favorável aos partidos políticos, nos dá uma falsa noção de democracia, já que as legendas referendam aqueles que não são os escolhidos pelo maior número de votos, entretanto a impressão é de democracia. Talvez aí esteja a resposta para um questionamento recorrente na boca popular: como é que esse cara foi eleito?

   Em que pese uma aparente conscientização do eleitor brasileiro no momento atual, essas práticas não foram abandonadas por aqueles que fazem as eleições, persistem as candidaturas de aventureiros, alpinistas sociais, bem como de alguns desavisados que não percebem sua condição de “mula”. O objetivo, escuso e descompromissado é desviar a atenção e desfocar a visão do eleitorado com a avalanche de candidatos disfarçada de opções democráticas que confundem o grande interessado nas eleições, o povo.

   Esse aspecto vem trazendo enormes prejuízos ao nosso país, nossos estados e nossas cidades em estágios quadrienais e garantindo emprego a pessoas desqualificadas que “surfam” num bom cargo, com salário e garantias assegurados pelos próximos quatro anos.

   Ao evocar o Voto útil, o faço para que o foco seja sempre nos interesses coletivos, para que as escolhas sejam cada vez mais filtradas visando uma maior exigência de nossa parte, que efetivamente qualificará todo o processo. É hora de dar um basta nos aventureiros e nos inocentes úteis, usados para compor exigências legais, para completar a tabela, mas valiosos para os partidos, sempre atentos ao seu quinhão do poder.

   A democracia não pode ser atropelada pelo festival de opções, a democracia há de ser consolidada por candidaturas sérias, cujos atributos sejam avaliados pela postura, pela honestidade, pelo caráter, pela probidade, enfim, pelo espírito público.

    A democracia exige alternância e não admite monopólios pautados em poder econômico ou em articulações engenhosas que privilegiam continuidade falseada por delírios vaidosos que estabelecem a mesmice intimamente repudiada pela maioria da população que, curiosa, não encontra explicações plausíveis.

   Não se trará de uma condenação explícita da quantidade de opções, candidatos, mas sim de uma abordagem sobre a qualidade das opções e sobre o crivo que necessariamente deveria existir com critérios realmente democráticos, talvez assim, o número de candidatos seria reduzido naturalmente e, quem sabe, não estaríamos sujeitos ao fundão.

   Paz e Luz.


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Domingo, 21 de agosto de 2022

Escolhas
















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