Domingo, 21 de agosto de 2022

   Está aberta a temporada de distribuição de prendas em troca de votos em todo o território nacional.

   Abastecidos com o robusto fundão eleitoral e com o fundo partidário, os famigerados partidos políticos, após um longo período de hibernação concatenada, nos apresenta seus personagens para o início do espetáculo macabro chamado corrida eleitoral.

   Cognominados de candidatos, aqueles personagens caricatos, anônimos e até engraçados se misturam a velhos e conhecidos postulantes, alguns já consolidados na arte de representar, no sentido cênico, para formarem uma coalisão simbólica que atenda o conjunto da obra, conhecido como coeficiente eleitoral que, efetivado, nos oferece pouco mais de 5% de deputados eleitos com votos diretos.

   Abusando da teoria do caos, estarão à disposição de nossa escolha, cerca de 9300 candidatos  para a Câmara Federal, concorrendo a 511 vagas, aqui no nosso Estado de Minas Gerais, 2476 candidatos a 77 vagas, a regra é diluir para conquistar.

   Ainda contaminados com a velha prática de trocar favores, promessas pessoais, cargos e brindes por votos, os chamados candidatos se deleitam com o glamour que a tal campanha eleitoral lhes proporciona, ainda sem a mínima chance racional de se elegerem, mas ainda assim, seus votos, mesmo insuficientes, podem lhes render parcerias escusas para um futuro incerto.

   Parlamentares são funcionários públicos, nos pedem emprego e quatro em quatro anos para depois se tornarem nossos patrões e passam a definir nossos destinos, sem pudor, sem piedade e sem ética.

   É urgente e necessário revermos nossos conceitos sobre nossos políticos. Enquanto concebermos que “político é tudo igual” ou “político é assim mesmo”, estaremos chancelando a continuidade, estaremos legitimando a postura doentia e viciada que nos relega ao ostracismo político causado pelas constantes e sucessivas decepções das quais somos signatários.

   Está na hora de atualizarmos nossos conceitos para redefinirmos o padrão de personalidade, de comportamento e de postura daqueles que vamos escolher como nossos representantes e governantes.

   Não há mais espaço para os oportunistas de outrora. É hora de subirmos o sarrafo para exigir seriedade, compromisso, espírito público, probidade, responsabilidade, postura coletiva, e ética daqueles que se propõem, voluntariamente, a uma vida pública.

   Política não é sinônimo de hipocrisia, de mentiras e traições, se e quando ocorrerem, hão de ser exceção, puníveis severa e exemplarmente.

   Deputados e Senadores precisam falar a língua do Brasil e não do seu partido, eles existem para interagir com a maioria do povo brasileiro e que se comprometam com a Ordem e Progresso. Precisamos de um Congresso Nacional que honradamente expresse a voz dos brasileiros para revertermos o rótulo de país do “jeitinho”, paraíso das negociatas e dos arranjos orquestrados por oportunistas gananciosos, egoístas e apátridas.

   É chegado o momento de separarmos o joio do trigo, de demitirmos os maus funcionários, que fazem do mandato que lhes outorgamos um verdadeiro festival de prendas, cargos, encargos e apadrinhamentos que os mantém despercebidos, explorando nossa boa fé e desfrutando do prestígio que deveria ser reservado às pessoas de bem.

   Eis que temos o poder, como sói acontecer nas democracias, a escolha é individual, personalíssima, mas a consciência pode levar a um consenso que irá, definitivamente definir o futuro do nosso país.

   Das consequências, seremos solidários.

   Paz e Luz.

  

  

    


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