Domingo, 24 de julho de 2022 ( Atualizada em 24/07/2022 às 11:19)

   A traição é uma marca registrada da raça humana. Ela brota em ambientes inimagináveis e seus efeitos são devastadores seja em pequena ou larga escala.

   Por mais repugnante que seja sua prática, se tornou de tal forma corriqueira que já a assimilamos ao costume, quando de pequena monta, a chamamos “trairagem” quando em larga escala, se torna escândalo, absurdos  e tragédias.

   Sua prática, em que pese seus efeitos, causa reações as mais diversas e traduzem até cenas românticas e grandes feitos. Por si só, traz conflitantes polêmicas aos seus efeitos. Provavelmente traz benefícios e malefícios aos envolvidos. Pode até mesmo ser reconhecida como ato de heroísmo, depende da ótica, assim como diversos outros conflitos íntimos do ser humano.

   De certo que só é praticada por amigos mais próximos, talvez essa característica própria a torne tão repugnante sob o ponto de vista ético e moral, mas não despreza o caráter sarcástico que notadamente rotulam o traído e muitas vezes poupam o traidor.

   As grandes traições perpetradas pela humanidade ao longo da sua trajetória terrena corroboram a visão diversificada do ato em si, a relatividade também se revela aqui.

   Existem muitos fatores que levam a atos que podem ser considerados traição, dinheiro, oportunismo, coração partido, inveja, dor de cotovelo, desespero, tortura, enfim, até mesmo motivos inimagináveis conforme nos mostra a História.

   Não sou um romântico nem tão pouco financista. Logo me aterei ao mais rapineiro fator de uma traição, o oportunismo.

   Num país cujas raízes se confundiram com o oportunismo, na acepção nociva do termo, essa abordagem sempre deve ser considerada como um câncer que corrói a sociedade e destrói a esperança. A traição gerada pelo oportunismo se tornou necessidade, aceitável até mesmo por quem sabe, por antecedência que será traído mais dia menos dia.

   Que venham ideologias diferentes, paixões partidárias ortodoxas, inimizades histórias ou qualquer outra divergência, a traição as superará, em nome do oportunismo doentio a que fomos submetidos com o passar dos anos. Aquele que não trai seus propósitos passa a ser ridicularizado.

   Segundo os especialistas de Brasília, a traição não é tolerada na política. Nesse caso, então, somente descobrimos a divergência política com a ascensão do Presidente Bolsonaro, antes dele não havia situação e oposição, convivíamos com o que Lênin chamou de estratégia do teatro das tesouras.

   A partir de 2019, após a posse do atual Presidente, vimos, a olhos nus uma consecução de traições escancaradas pelo oportunismo ou pela falda dele. Alguns que almejavam criar um novo establisment ou mesmo integrar um novo sistema de poder onde seriam protagonistas intocáveis se voltaram contra as políticas adotadas traindo, inclusive seu próprio discurso.

   Convivemos hoje com traições de sentenças judiciais de mesma lavra, de pareceres jurídicos e manifestações técnicas de uma mesma caneta, ou seja, uma auto traição em nome do oportunismo.

   Um jargão popular diz que trair e coçar basta começar.

   De traição em traição tenta-se construir uma narrativa que desconstrua o sonho de uma nação, isso é grave, em tempo de guerra, a traição é punida com a pena capital.

   A auto traição supera a traição convencional, digamos assim, dessa forma, os inimigos ocultos também traem. Traem o povo, os ideais e os propósitos, tudo por interesses escusos.

   Quando aceitamos passivamente a traição ela deixa de ser traição para se tornar cumplicidade, mas a cumplicidade também é passível de traição.

   “Apenas os erros podem ser perdoados. A traição não é um erro... é uma escolha.”

   Paz e Luz.

  

  


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Domingo, 21 de agosto de 2022

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