Quarta, 22 de fevereiro de 2023

Por: TOHRU VALADARES

Caríssimo ledor, vivemos em um período bastante turbulento, uma das maiores festas de expressividade nacional, teve sua comemoração adiada devido a pandemia de covide_19. Alguns estudiosos entendem o Carnaval como uma festa cristã, pois sua origem, na forma como entendemos a festa atualmente, tem relação direta com o jejum quaresmal. Isso não impede que sejam traçadas as origens históricas que nos mostram a influência que o Carnaval sofreu de outras festas que existiam na Antiguidade. Na Babilônia, duas festas possivelmente originaram o que conhecemos como Carnaval. As Sacéias eram uma celebração em que um prisioneiro assumia, durante alguns dias, a figura do rei, vestindo-se como ele, alimentando-se da mesma forma e dormindo com suas esposas. Ao final, o prisioneiro era chicoteado e depois enforcado ou empalado. Outro rito era realizado pelo rei no período próximo ao equinócio da primavera, um momento de comemoração do ano novo na Mesopotâmia. O ritual ocorria no templo de Marduk (um dos primeiros deuses mesopotâmicos), onde o rei perdia seus emblemas de poder e era surrado na frente da estátua de Marduk. Essa humilhação servia para demonstrar a submissão do rei à divindade. Em seguida, ele novamente assumia o trono. O que havia de comum nas duas festas e que está ligado ao Carnaval era o caráter de subversão de papéis sociais: a transformação temporária do prisioneiro em rei e a humilhação do rei frente ao seu deus. Possivelmente a subversão de papéis sociais no Carnaval, como os homens vestirem-se de mulheres e outras práticas semelhantes, é associável a essa tradição mesopotâmica. A associação entre o Carnaval e as orgias pode ainda relacionar-se com as festas de origem greco-romana, como os bacanais (festas dionisíacas, para os gregos). Seriam eles dedicados ao deus do vinho, Baco (ou Dionísio, para os gregos), marcados pela embriaguez e pela entrega aos prazeres da carne. Havia ainda, em Roma, a Saturnália e a Lupercália. A primeira ocorria no solstício de inverno, em dezembro, e a segunda, em fevereiro, que seria o mês das divindades infernais, mas também das purificações. Tais festas duravam dias, com comidas, bebidas e danças. Os papéis sociais também eram invertidos temporariamente, com os escravos colocando-se nos locais de seus senhores, e estes colocando-se no papel de escravos. Origem do carnaval no mundo. Segundo historiadores, a origem do carnaval se deu na Babilônia, por meio da celebração das Saceias. Esta era uma festividade em que era permitido um prisioneiro usufruir do status de rei por um certo período. Após essa cortesia, ele seria morto. No templo de Marduk, ainda na Babilônia, existia uma celebração para demonstrar o quão inferior era o rei diante da figura divina. Na ocasião, ele sofria agressões e humilhações. Entretanto, alguns estudiosos creem que a festa do carnaval começou na Grécia, aproximadamente em 600 a.C. Além dessas teorias, há suspeitas do seu nascimento na Saturnália, em Roma, quando as pessoas utilizavam máscaras, faziam brincadeiras, comiam e bebiam. Porém, com a popularização do cristianismo, a festa recebeu outro significado. Começou, então, a tradição de abdicar do alimento da carne, 40 dias antes da Páscoa, intervalo que ficou conhecido como Quaresma, um tempo de reflexão sobre o sofrimento pelo qual Jesus passou. Cristianismo e Carnaval. As festas aqui relatadas eram, naturalmente, celebrações pagãs e eram extremamente populares. Com o fortalecimento de seu poder, a Igreja não via com bons olhos essas celebrações nas quais as pessoas entregavam-se aos prazeres mundanos. Nessa concepção do cristianismo, havia a crítica da inversão das posições sociais, pois, para a Igreja, ao inverter os papéis de cada um na sociedade, invertia-se também a relação entre Deus e o demônio. A Igreja Católica, então, procurou ressignificá-las dando-lhes um senso mais cristão. Durante a Alta Idade Média, foi criada a Quaresma — período de 40 dias antes da Páscoa caracterizado pelo jejum. Tempos depois, as festividades realizadas pelo povo foram concentradas nesse período e nomeadas carnis levale. A Igreja pretendia, dessa forma, manter uma data para as pessoas cometerem seus excessos, antes do período da severidade religiosa. Nesse momento, o Carnaval estendia-se durante várias semanas, entre o Natal e a Páscoa.  Carnaval no Brasil. No século XVII, os portugueses trouxeram para o Brasil uma festa popular chamada Entrudo. Tal festa era basicamente formada por brincadeiras, como sujar e molhar as pessoas com água, limão, farinha, terra, vinhos, sucos e coisas em estado de putrefação. A partir de 1870, o Entrudo vagarosamente deixou de ser festejado dando lugar ao carnaval. Eram bailes e desfiles glamorosos, cuja inspiração era buscada na Europa. Tal substituição priorizou a classe bem sucedida da população, pois os menos favorecidos que compunham a maior parte dos festejantes do Entrudo não tinham condições de pagar os altos valores cobrados nos clubes e bailes. A classe baixa então buscou realizar suas festividades nas vias públicas com a construção de blocos, grupos de maracatus, frevos, até que, em 1928, surgiu a primeira escola de samba: a Deixa Falar, que posteriormente recebeu o nome de Estácio de Sá. A partir desse período, o carnaval de rua foi priorizado nas grandes cidades brasileiras. Em 1935, as prefeituras passaram a contribuir com a organização do carnaval, oferecendo ajuda de custo para a construção de diferentes desfiles e carros alegóricos. Seja qual for sua motivação, lembre-se que toda ação traz consequências, você não é todo mundo e nem necessita ser quem não é, portanto, juízo e que seu carnaval seja uma manifestação da alegria e agradecimento pelo dom da vida, está ai um sentido melhor focado do que pode ser um bom carnaval. Paz&Bem.


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