Quinta, 30 de junho de 2022

Tempos atrás quando alguém passava pela cidade de Marilac/MG pensava: “que lugar mal cuidado”; com perdão da sinceridade, era mesmo. Lá a via principal do povoado não era calçada, as casas sem organização, sem infraestrutura. A simples menção da palavra urbanização era quase uma piada afrontosa. Passado poucas décadas, se a mesma pessoa voltar à cidade terá um impacto. Agora com vias planejadas calçadas, trânsito sinalizado, vídeo monitoramento, creches e escolas reformadas, em fim, tá bonita. 

Marilac não é exceção, esse fenômeno ocorreu em muitas cidades de pequeno e médio porte no interior de Minas Gerais. O que teria ocorrido para a mudança?

A mudança é o voto. Isso mesmo, com a democracia o povo local começou a escolher seus governantes por sua reputação, e, principalmente, pela capacidade de resolver problemas. Localmente, com poucas pessoas, o caráter de um político é verificável. Elegendo, aos poucos, políticos de bom caráter, acaba conduzindo a comunidade para um caminho que corresponde com a moral local, ou seja, ao que o povo acha certo. Por exemplo, um ladrão comprovado dificilmente seria eleito em um cidade pequena. 

O fato é: queiram, ou, não, o Brasil está mudando de baixo pra cima, ou seja, dos bairros até a União federal. Os antigos políticos, pré constituinte de 1988, não perceberam isso, nem vão. Agora é tarde, eles já foram superados, essa eleição de 2022, novamente confirmará isso. 

Desse novo arranjo político, algumas práticas ilegais são aceitas pela população, já que, não importa o que a lei federal diz, importante mesmo é se o problema local foi resolvido. Isso diminui a importância de Brasília e aumenta a importância dos vereadores locais. Para se dar um exemplo, uma verba da educação que somente poderia ser usada em educação, se em cidades pequenas for usada para melhorar a via  que passa perto da escola ninguém irá reclamar.

Só pra continuar no tema educação, um outro exemplo é que nesses municípios não há crescimento populacional, na verdade, está diminuindo o número de crianças, não faz mais sentido reservar 25% dos gastos nessa área. Sobrando dinheiro para outras prioridades como o transporte público. Que atende as crianças, mas, também, com jeitinho, atende toda a comunidade. Entendeu? Com jeitinho... Pode até ser ilegal, mas não é nada imoral resolver uma demanda social real. O cara que faz esse jogo de cintura entre o formal e o real é eleito.

O fenômeno é que existe uma constituição formal mas já existe uma constituição prática, funcional. Tenha atenção! Se o leitor é um pouco mais entendido, ele percebera a gravidade disso, constará que existe um país paralelo. Esses políticos dessa nova política brasileira estão virando lideranças locais, logo, serão deputados federais e terão o poder de mudar a constituição formal. Importante, sinais indicam que o Brasil está diante de um período de fundamentais mudanças sociais, podendo ser um período pacífico mas também beligerante. No novo Brasil que surgir, certamente os municípios terão mais autonomia e liberdade para atender a quem realmente interessa o povo, isso é evidente.


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