Segunda, 06 de março de 2023

Imagine que você peça em uma pastelaria um pastel sabor picanha, só que ao morder o produto ele não tem recheio. Esse é o pastel de vento, tem cheiro de pastel, formato de pastel, até a primeira mordida parece pastel mas é apenas frustração e mentira. 

Entramos na era dos pastéis de vento da política. Escândalos, dados, narrativas; tudo feito com carinho para criar uma impressão de que os adversários são monstros e o governo de plantão é a mais pura alma desse país. 

A estratégia é manipular a opinião pública, através das notícias veiculadas na mídia, criando distrações de foco e o direcionando para onde é mais favorável ao governo, explico melhor.

Por exemplo, antes da eleição do senado [vital para o governo] se viu um movimento de oposição da sociedade ao nome de Rodrigo Pacheco. Para brecar esse movimento, o atual governo usou vários pasteis de vento, como: a moeda única do Mercosul, liberaram o sigilo de 100 anos do Bolsonaro, prenderam adversários, facilitaram aborto no SUS. 

O objetivo foi usar o massivo engajamento da direita conservadora contra ela, desviando a atenção para o que de fato importava. Olha o brilhantismo da comunicação deles, não dá pra negar isso. Eles provocam os adversários a discutir algo caro a eles e os bobos caem deixando de priorizar o que mais é vital politicamente. Nesse caso, os pastéis de vento  funcionaram, Pacheco foi reeleito.

A nova operação já foi reeditada. O risco atual para o núcleo estratégico da esquerda é a CPMI (Comissão Parlamentar Mista de Inquérito) do atos do dia 08 de janeiro. Esse evento tem potencial de, no mínimo, derrubar o ministro comunista da justiça Flávio Dino. Um ministro comunista, só no Brasil mesmo. Mas é um risco para o Ministro Alexandre de Moraes. Evidentemente, há também, só que em menor possibilidade do risco de impeachment do governo, que não pode ser descartado. A CPMI já foi protocolada, o governo tem menos de 15 dias para manipular a opinião e tentar se salvar.

Resultado a temporada dos pastéis de vento já começou. O escândalo de vento da vez foi que: a representação da presidência da república recebeu umas joias do governo saudita; ao voltar, a alfândega brasileira recolheu o presente; e, os assessores queriam o presente que seria dado a Michele Bolsonaro, primeira dama a época. Todo presente desses, na prática, é do acervo da presidência da república. Ou seja, foi um ato burocrático de passar de um órgão público para outro. Esse é o grandessíssimo escândalo da vez. O que é de rir: Michele nem sabia do presente. Mas o fato trivial, burocrático, foi usado como mais novo pastel de vento. Que desespero!

Outro objetivo dessa pastelaria petista, ligada a todo vapor, é tirar o foco do aumento de imposto sobre combustíveis. O povo sentiu o golpe, a popularidade deste governo já esta na lama. Prepare-se para comer muitos pastéis nesses próximos dias, mas não espere comer o recheio de picanha.


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