OPINIÃO : O que Expor no Leste?, por Ricardo Dias / Jornal GV News

Quinta, 19 de maio de 2022

o que expor no leste?, por Ricardo Dias.
										Na física, potencial é quando um corpo tem a capacidade de acumular energia que pode ser transformada em força cinética, ou seja, movimento. A região leste de Minas Gerais igualmente tem esse potencial, porém, o movimento de desenvolvimento que poderia acontecer, é disperso quando cada seguimento da sociedade puxa a economia para um lado diferente. Toda a potência acaba virando tensão e é isso que é exposto na feira Expor Leste, mas poderia ser diferente.

Por mais que alguém possa torcer pelo sucesso da feira, ela não fará, de forma nenhuma, o sucesso que tem potencial de fazer. Repare o nome da feira é Expo Leste, significa uma abreviação de: exposição das empresas do leste mineiro. Mas ela não expõe, como deveria, para fora, no sentido do verbo expôr. Se expõe, o faz, mal, mal, para o público interno, que já conhece aas referidas empresas. Então, não é uma feira de exposição em sentido próprio, Expo Leste acaba sendo um evento de status empresarial, é no máximo um evento de publicidade, o nome mais adequado seria Feira Leste ou similar. Como ela poderia ser se honrasse o nome?

Em primeiro lugar, se o mercado interno da região fosse desenvolvido, haveria, automaticamente, uma necessidade de projeção da influência, ou seja, expor o mercado para outras regiões. Mas os números do leste mineiro são horríveis, hoje a região, tem aproximadamente 1,7 milhões de habitantes (8,07% do estado), com PIB de US$ 9 bilhões (5,69% do estado)*. Só para se ter uma ideia, a cidade estado de Singapura tem PIB de US$ 360 bilhões, mas possui apenas um terço do tamanho de Governador Valadares. Uma vila barrenta que caberia entre Xonin de Cima e o Bairro Jardim do Trevo é um dos países mais ricos do mundo. A transformação aconteceu em menos de 50 anos. Singapura sim tem demanda para exposições, feiras de negócios, o mercado lá é dinâmico e se relaciona com todo o mundo.

O leste de minas poderia ser, maior e melhor que uma ilhazinha na Oceania. Temos terras, fertilidade de solo, água, energia e povo. Falta nos talvez foco, sangue nos olhos e uma boa pitada de destemor. Já pensou se a elite política do pântano Singapura resolvesse manter seus status de elite, e com isso mantivesse a economia da ilha fechada a novos empreendimentos e ao capital estrangeiro? Certamente, o milagre econômico não ocorreria, a elite ainda seria elite, como as rainhas das formigas, poderosa mas só no próprio ponto de vista. Melhor ser elite entre os leões. Todos ganharam com o crescimento, o povo, a elite e os investidores. Isso pode acontecer aqui no leste. Pode?

O primeiro passo para o desenvolvimento da região é entender a realidade. Sem um bom jornal, com bons formadores de opinião isso não acontecerá. Valorize as opiniões sinceras e assertivas. Busque entender o quanto a mediocridade e medo estão empacando o sucesso de todos. Os números revelam que tem pouco a se expor no leste mineiro. Mas isso pode mudar.
Engenheiro de produção; analista político, econômico; especialista em gestão estratégica empresarial; pesquisador autônomo filosofia, direito e ação humana; amante de jornalismo.

Na física, potencial é quando um corpo tem a capacidade de acumular energia que pode ser transformada em força cinética, ou seja, movimento. A região leste de Minas Gerais igualmente tem esse potencial, porém, o movimento de desenvolvimento que poderia acontecer, é disperso quando cada seguimento da sociedade puxa a economia para um lado diferente. Toda a potência acaba virando tensão e é isso que é exposto na feira Expor Leste, mas poderia ser diferente.