OPINIÃO : Obituário: morre o Espírito da Lei, por Ricardo Dias / Jornal GV News

Sábado, 02 de abril de 2022

obituário: morre o espírito da lei, por Ricardo Dias.
										Jazeu na capital o Espírito da Lei. Criança nascida em 1988, padecia, ainda no útero, de uma doença mortal, conhecida como canhotismo irreversível, coitado só movia o lado esquerdo do corpo. No seu primeiro ano, suportou grande dificuldade em sua família: intrigas, brigas; até o famoso Silvio Santos tentou ajudar, sem sucesso. Sempre foi pobre, seus representantes tinham o vício de gastar o dinheiro dos outros. Más línguas diziam que eles desviavam o dinheiro da criança, absurdo. Com todas essas dificuldades o bichinho cresceu.

Fofocas dão conta que o Espírito da Lei, Lei para os íntimos, ainda na infância já tinha sido abusado, o menino tinha apenas nove anos na época. Ficou só na fofoca mesmo, as denúncias foram esquecidas. No fim, emendaram o rapaz e seus pais puderam reeleger. Mais adiante, já com 17 anos, tadinho, foi novamente violentado. Dizem que seus gestores foram vendidos a um monstro chamado Mensalão. O trem ficou feio; porém, houve um acordo e tudo terminou na pizzaria.

Com 25 anos, já crescidinho, o Espirito da Lei se revoltou. Coitado, na época o jovem estava cansado de ser enganado. Revoltou contra os pais, o ato até deu resultado, de início. Houve uma grande investigação. Ele ficou feliz em ver a perseguição implacável ao maior monstro que já enfrentou, o indecente Petrolão. Ficou evidente a todos que o Espírito da Lei tinha sido corrompido pelos próprios representantes dele. Que decepção!

Se traumático foi o abuso, mais traumático foi o encobrimento dele. Fizeram de tudo, tudo, para não irem para a cadeia. Não se importaram com a honra, começaram a atacar o coitado Lei sem nenhum escrúpulo. Distorceram, emendaram, violaram. Os golpes foram duros, alguns fatais, como o ativismo judicial ou a falácia da função contra majoritária. O Espírito da Lei não resistiu, veio a óbito, não é mais possível o restaurar, já que, os poucos honestos que o defendem são, violentamente: calados, censurados, e até presos; não mais se pode defender Lei. Até quem poderia denunciar e divulgar a morte iminente dele, quando são honestos pra falar, são, calados monocraticamente. Não resta mais possibilidade de sobrevivência, talvez um milagre. O fato é que o Espírito da Lei morreu, jaz imóvel em um leito de UTI, sem sinais vitais. Moço coitado, 34 anos, tomara que doem os seus órgãos, pelo menos, os poucos saudáveis que restaram.

Engenheiro de produção; analista político, econômico; especialista em gestão estratégica empresarial; pesquisador autônomo filosofia, direito e ação humana; amante de jornalismo.

Jazeu na capital o Espírito da Lei. Criança nascida em 1988, padecia, ainda no útero, de uma doença mortal, conhecida como canhotismo irreversível, coitado só movia o lado esquerdo do corpo. No seu primeiro ano, suportou grande dificuldade em sua família: intrigas, brigas; até o famoso Silvio Santos tentou ajudar, sem sucesso. Sempre foi pobre, seus representantes tinham o vício de gastar o dinheiro dos outros. Más línguas diziam que eles desviavam o dinheiro da criança, absurdo. Com todas essas dificuldades o bichinho cresceu.