Sábado, 05 de março de 2022

Os dinossauros dominavam o mundo quando Chicxulub, uma simples pedrinha de 12 quilômetros mudou o mundo. Quando essa pedra caiu no planeta, já não adiantava para os lagartos ter um corpo grande, musculoso, estruturado e com garras, era tempo dos animais mais ágeis e inteligentes. Da mesma forma, a mídia dinossauro está sofrendo o impacto da internet, aparentemente, o destino dela será o mesmo dos grandes lagartos, a extinção.

Sempre que os meios de comunicação evoluíram, seguiu na humanidade uma mudança social significativa. Para reforçar essa constatação, pode-se citar: a invenção da escrita, que permitiu a comunicação de uma geração com outra, o que dinamizou as culturas; a invenção da prensa de Gutemberg, que acelerou a difusão de ideias; o rádio, que popularizou a informação; a televisão, que criou toda uma era da influência. O domínio da comunicação sempre se mostrou o eldorado da política. Isso porque, a opinião pública é importante para manter ou derrubar uma elite no poder. Alimentado por essa ambição de controlar e dominar, os grupos de mídia cresceram, como dinossauros destroçando qualquer concorrente que aproximava do precioso poder da influência. Mas como um meteoro a internet mudou o mundo.

O efeito causado no mundo da informação foi semelhante ao do Chicxulub aos dinossauros . Primeiro, o impacto destruiu tudo que estava perto, no caso da indústria da comunicação, inicialmente a internet afetou a impressa escrita. Isso deve ter ocorrido devido as primeiras versões da rede ser mais adequada à distribuição de textos. O segundo impacto do meteoro foi a cobertura do sol, analogicamente, a televisão e rádio sentiram falta de audiência, que é o sol da comunicação. O público queria mais se informar pelos amigos e parentes, em redes sociais, que por uma empresa influenciadora paga pela elite governante. O próximo impacto foi a fome, sem público é difícil suportar um corpo gigantesco de uma indústria da comunicação, a maioria agonizará e morrerá. Mas nem todos serão extintos, os ágeis e inteligentes também irão sobreviver.

Os espertos da área da comunicação entenderão, que em um mundo de informações instantâneas, a riqueza de fontes exigirá um bom sistema de organização dos fatos e também bom sistema de interpretação deles. A confiabilidade antes creditada a uma estrutura organizada, agora é irrelevante, mas a confiabilidade do que uma pessoa diz, ou o que um repórter específico relata, é que o público busca. A ideia de imparcialidade é totalmente inviável no jornalismo atual, o público muitas vezes já tem os fatos, ele quer ver é o debate de visões diferentes a dele sobre esses fatos. O público não mais quer ser influenciado, quer construir a própria opinião. Ou seja, o público quer pensar. Veja bem, é mais fácil e lógico confiar em uma pessoa que em uma organização, sendo assim, o repórter, ou o comentarista, precisa, nesse novo mundo, ter rosto e reputação para seu nicho. Ficou mais complicado, porém mais divertido. As mídias sábias em organizar debates, disputarão profissionais, esses terão a própria audiência como ativo pessoal. Aparentemente, esse parece ser caminho do jornalismo no pós internet.

Depois do impacto do meteoro e depois que a poeira abaixou, os animais que adaptaram rápido às novas condições, puderam prosperar e repovoaram o mundo. Isso ocorrerá também na comunicação de massa, provavelmente, em pouco tempo, os esqueletos pesados das antigas organizações serão peça de museu, admiradas pelos novas espécies dominantes do mundo da comunicação.


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