OPINIÃO
As tradicionais barraquinhas do Santa Rita
Domingo, 21 de maio de 2023
Caldos, leilões, bingos; a venda de cadeiras e até prisões, tudo temperado com o terrível inverno de 12 graus positivos de Valadares. O que isso tem a ver com política?
Envelhecer tem seus dramas, mas também tem suas vantagens. A principal delas é poder comparar. As tradições ajudam muito nisso, elas têm o poder de marcar um período em relação a outro, criando o contraste que permite saber se alguém está evoluindo ou regredindo. Isso pode ser exemplificado lembrando algumas histórias das tradicionais barraquinhas do Bairro Santa Rita.
Para aqueles que não sabem, no Bairro Santa Rita, em maio, ocorrem festas na Paróquia Santa Rita de Cássia com comidas típicas. Este ano, o evento está atraindo muita atenção. Está bem-organizado, com músicas ao vivo, sendo um sucesso. Mas nem sempre foi assim.
A primeira memória que tenho do evento foi quando ainda era criança. O evento era realizado em um pátio sem nenhum tipo de calçamento. Na época, comer um churrasquinho era minha preferência. Na verdade, com inflação alta e uma família de seis para sustentar, meu pai só podia oferecer isso. Na boa, éramos gratos por ter essa opção de lazer, uma família comum e feliz.
O público dançava alegremente, no chão empoeirado, raramente havia brigas apesar da fama ruim do bairro na época. Não havia luxo, talvez aquele fosse o luxo da época em um país instável e com pouca liberdade para trabalhar e empreender. Bom... Alegria não faltava.
Já na adolescência, na moda do forró pé de serra, o sonho da rapaziada era aprender os passos complexos do Forró de Itaúna e tirar as moças mais bonitas para dançar. Tarefa que até hoje não consegui realizar. O frio na barriga era maior que os 12 graus tempo, apesar das roupas do público indicar um frio siberiano. Pelo menos aprendi o passo "Dois pra lá, dois pra cá", foi o suficiente para conquistar uma namorada.
Nessa época, a economia já estava pelo menos com inflação controlada, o que permitiu que as famílias saíssem do sufoco. As leis que oprimiam a iniciativa privada ainda vigoravam. Mesmo assim a sociedade enriqueceu, só bastou o Estado parar de atrapalhar um pouco com a inflação descontrolada.
Pouco depois, com o gradual aumento na renda, a sociedade abandonou o péssimo sistema de transporte público da cidade. Com mais motos e carros, as festas de bairro entraram em crise devido à concorrência com a festa mais centralizada na Catedral de Santo Antônio. Entretanto a concorrência motivou a inovação e o desenvolvimento.
Hoje, o movimento é oposto. As pessoas estão demandando um grau maior de personalização no atendimento. As festas de bairro ganharam um novo impulso.
E o que tudo isso tem a ver com política? Simples. Claramente, nessa narrativa, pode-se perceber um senso de evolução. Essa noção só é evidente quando se têm tradições. Sem elas, a vida é uma sequência de fatos desconexos.
Nessa narrativa, foi possível perceber que o Estado atrapalha a vida da sociedade: primeiro com inflação, depois com transporte público que não funciona e etc..., mas quando ela consegue superar essas amarras, desenvolve-se por conta própria. Talvez seja por isso que sempre queiram regulamentar tudo, até as tradições. Para preservá-las que não deve ser.
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