OPINIÃO

Desarmamento e censura

Quinta, 20 de outubro de 2022

Existem duas maneiras mais comuns de um povo se manter livre: a primeira é sendo mais forte que o estado, para isso, é necessário que a população tenha acesso a armas; a segunda é a população ter uma voz mais alta que os governantes, para isso é necessário ter liberdade de expressão.

Engana-se quem acha que poder falar, transmitir uma ideia de uma cabecinha pra outra, é desejo de governantes. Pelo contrário, Apenas em 1791 nos Estados Unidos esse direito foi realmente reconhecido com a primeira emenda da constituição, foi o marco moderno da liberdade de expressão. O indivíduo estava protegido do governo.

A primeira emenda proibiu o congresso americano a legislar sobre o tema, isso provocou a noção libertária que direito de falar é absoluto, sendo apenas limitado quando provoca danos a outro indivíduo.

No Brasil, esse direito está previsto na constituição de forma redundante. Entretanto, não há ainda a noção de que falar contra o governo é um direito absoluto. A nefasta corrente jurídica ativista interpreta a liberdade de falar conforme a conveniência do juiz. Ou seja, o lado dele é livre, todas as visões diferentes são criminalizadas, reprimidas, em fim, censurada. Isso não é liberdade.

Quando a população é livre para transmitir ideias, ocorre um senso comum do que é certo e o que é errado. As tradições, acabam prevalecendo e a política passa a obedecer a vontade da maioria, isso é democrático. O Brasil é um país reconhecidamente conservador, talvez essa seja a razão de pessoas iluminadas temerem a liberdade de expressão absoluta. Ideias básicas conservadoras são contra a utopia perigosa deles.

Democracia é conviver com o que diverge, com o antagônico, com o diferente. Uniformidade de pensamento, partido e opinião é socialismo. Após desarmar a população, agora começaram a tirá-la a voz. Se isso difundir, não restará mais barreira para o ditador surgir. Sem voz contrária, o paredão de fuzilamento será moral e até desejável para o tirano, tudo para o bem da causa. Sempre ocorreu nessa sequência, desde a mortífera Revolução Francesa. Dessa vez, não será diferente. Será pior, pois ninguém fica mais escondido devido a tecnologia.

Para o pior não ocorrer o remédio é: deixe o povo falar.

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