Terça, 11 de outubro de 2022 ( Atualizada em 11/10/2022 às 19:03)

por Ricardo Dias

Articulista

No dia 24 de fevereiro, Putim confiando em relatos militares empoderados invadiu a Ucrânia, acreditando que venceria com 2 dias. Gol contra, os relatos não correspondiam a realidade. Agora, a Rússia, antigo segundo maior exército do mundo, está em risco de derrota. Relatos militares costumam errar miseravelmente. Isso devido a hierarquia excessivamente rígida. Algo parecido ocorreu com Bolsonaro, por sorte, ele é impulsivo e isso o salvou.

O governo Bolsonaro é dividido por núcleos, tem o: núcleo militar, o ideológico, a família dele, o político, o econômico e outros. Essa visão diversificada, gerou no mandatário capacidade de pensar e responder rapidamente às crises. Esse amplo diálogo o ajudou a sair da Pandemia com mais força econômica que outros países por exemplo.

Outro acerto político dele foi descentralizar o orçamento, o fato é que os deputados gostam muito dele, por um bom motivo, deputado precisa levar dinheiro para sua base eleitoral. Isso é bom pra os deputados e para o povo, ruim apenas para o poder central de Brasília que perde recursos para fazer populismo. Bolsonaro não se importou descentralizou. Mas nem tudo deu certo.

Aparentemente, a estratégia de ampliar atenção ao Nordeste que foi defendida pelo núcleo militar, era um pensamento óbvio: os adversários são mais fortes no Nordeste, logo ao ganhar o nordeste, Bolsonaro ganharia fácil a eleição. A lógica política, entretanto, não é matemática como os militares positivistas costumam achar. Resultado a transposição do São Francisco não foi uma bomba no petismo nordestino. Os militares erraram ao confiar apenas nisso lá. Esqueceram a política local que é uma das mais complexas, esqueceram a cultura, e muito mais detalhes da realidade nordestina.

Privilegiar o Nordeste abriu flancos no Sudeste. Minas pesou na balança contra Bolsonaro. Mais uma vez, o pragmatismo militar se mostrou inábil para uma boa política real. Olavo já disse, “o que adianta combater macacos na Amazônia enquanto os reais inimigos, dominam as universidades das cidades”.

O erro mais grave porém foi na comunicação. O General Santos Cruz, ao assumir esse setor, quebrou contratos com empresas profissionais de comunicação. Colocou no lugar militares, foi um desastre. Eles que estavam acostumados a ler ordem do dia (fatos, históricos, eventos e agenda oficial) muito menos do que necessário. De forma amadora, passaram a ser o elo de ligação entre o governo de uma das maiores economias do mundo e sua população. Deu tudo errado na comunicação.

Sanar o erro de Santos Cruz foi difícil, levou três anos. Pense... O governo desse tamanho e com essa importância ficou três anos sem um sistema profissional de comunicação. Esse foi o maior gol contra já visto em um governo do Brasil. Para sorte, de Bolsonaro, ele se recusou seguir integralmente as orientações dos seus próprios militares. Isso o salvou. Putim não teve mesma sorte.


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