Quinta, 22 de setembro de 2022

O melhor negócio em época de eleição é montar uma “loja de porcentagem”. Esse termo foi cunhado pelo lendário jornalista brasileiro Augusto Nunes. A loja se refere a uma empresa que vende resultados de pesquisas, conforme queira o cliente a porcentagem pode ser mais alta ou baixa. O eleitor tende a votar no candidato, aparentemente, mais forte, com maiores chances. A denúncia de Augusto Nunes, feita em tom bem humorado, tem fundamento em alguns fatos. Entenda a ideia por trás das lojas de porcentagens. 

As pesquisas de opinião passaram a ser útil ao marketing político para calibrar o discurso dos candidatos. Adequando ao que o público queria ouvir. Foi um sucesso, a ferramenta caiu no gosto dos candidatos, a pesquisa colhia dados da sociedade e mostrava o caminho que ele deveria seguir para conquistar o voto. 

A partir dos resultados positivos dessa prática mercadológica, foi um pulo para os candidatos desejarem, não só ouvir a linha de interesse da sociedade, eles queriam saber a próprias chances de vitória. E quando os números lhes eram favoráveis passaram a exibir o resultado midiaticamente. Os que estavam com baixa porcentagem ficavam furiosos. 

Pronto, passou haver uma pressão desses adversários, para que as empresas de estatística desse um jeitinho, para que eles aumentassem as porcentagens, pagando bem que mal tem. Não se pode afirmar isso de fato ocorreu, seria leviano. Por não haver provas. Também não dá para negar, pelo menos evidências não faltam. O que é possível comprovar é que há interesse e grana para manipular pesquisas eleitorais; e isso, é fato, tão real como o ar que você respira nesse momento.  

Desse ambiente, explodiu o número de lojas de pesquisas eleitorais. O que faz subir a suspeita que de fato exista um mercado de porcentagens. A primeira evidência disso é a contradição absurda das pesquisas. O que é isso? A estatística é uma ferramenta de probabilidade aritmética, se houver uma consulta em uma sociedade que um candidato teria 43% de intenções de votos e seu principal oponente teria 30%, não, repito, não é possível que outra consulta semelhante indique exatamente o oposto. Uma, ou, outra é mentirosa. Essa contradição é matematicamente impossível. Alguém está mentindo isso é fato. 

A segunda evidência é o histórico de erros das empresas. Somente para citar alguns: na eleição americana de 2016, as empresas de porcentagem davam 80% de chance de Hilary Clinton vencer, ela perdeu; a maioria das empresas projetaram que o Brexit não seria aprovado, foi; em Minas Gerais, a projeção era que o atual governador Romeu Zema ficaria em 3º lugar nas eleições, é o atual governador. Erros repetidos eleição, após eleição, sempre favorecendo um lado do espectro político. Dá até para se criar uma taxa ideológica de 14%, que é a média dos erros das empresas de porcentagem em favor da esquerda radical. 

Uma outra evidencia é a afirmação de Felipe Nunes, diretor da empresa QUAEST, na qual disse, em rede nacional, a seguinte afirmação: existem empresas que ao invés de venderem pesquisas, vendem resultados de pesquisa. A firmação foi forte e muito significativa, o diretor de uma empresa de pesquisa afirmou que existe um mercado de resultados, algo absurdo. 

Se antes as pesquisas tinham o objetivo de entender a realidade, e eram por isso, uma ferramenta maravilhosa para os bons políticos ajudar seus eleitores. Agora, existe a suspeita que as pesquisas sirvam para mudar a opinião dos eleitores. Ou seja, não é mais uma estatística baseado em métodos, é marketing, é influência, é uma loja de porcentagem.


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