Domingo, 04 de setembro de 2022

Na década de noventa era comum juntar os amigos para fazer churrasco de maçã de peito. Naquela época, cada convidado ajudava levando a carne e sua bebida. Não faltava alegria. Comida era somente desculpa, a motivação mesmo era a reunião, estar com pessoas alegres divertidas. Hoje, mesmo ofertando picanha e cerveja, é mais difícil reunir os amigos. O que mudou?

Uma das mudanças foi a prosperidade média. Antes, era preciso trabalhar mais horas para se comprar a mesma quantidade de carne. A abundância, porém, teve seus efeitos negativos. Atualmente, reunir os amigos deixou de ser importante. A prioridade é manter o status social. Ao absurdo de, por vezes, os amigos se reúnem, fisicamente, mas nem conversam, ficam cada um no seu celular.

Para dar um exemplo, antes, era comum ver mulheres ao irem na casa de alguém, arrumavam o cabelo, se enfeitavam, compravam roupas, ocorre menos hoje em dia. Era um evento social, a simples conversa.  Agora, até as igrejas ficam longe de casa, supermercados longe, quase não se conhece os vizinhos. E com a internet tudo piorou.

Uma boa amizade é um investimento de longo prazo, requer atenção e cuidado, as redes sociais tornou a atenção algo escasso. É mais fácil manter um amigo virtual que um real, basta alguns cliques e postagens. Porém, esses relacionamentos são uma falsa impressão de importância social. Gera muita exposição e pouca poupança emocional, um péssimo negócio.

Nesse ambiente, não importa se o amigo vai oferecer picanha e cerveja grátis, risos e alegria. Isso tudo está sendo substituído por emoções sintéticas e sem significado. Uma geração está perdendo a vida em troca de likes e visualizações de estranhos.


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