Domingo, 27 de abril de 2025



(*) por Tohru Valadares

Caríssimo ledor(a), faleceu nesta segunda-feira (21/04), aos 88 anos, o papa Francisco, primeiro papa sul-americano e jesuíta da história da Igreja Católica. Segundo o Vaticano, as causas da morte foi um acidente vascular cerebral (AVC), seguido de um quadro de insuficiência cardíaca irreversível.

O pontífice faleceu em sua residência no Vaticano, Casa Santa Marta. O anúncio da morte do pontífice foi feito pelo cardeal Farrell: "Caros irmãos e irmãs, é com profundo pesar que me cabe anunciar a morte de Sua Santidade Papa Francisco. "Às 7:35 desta manhã (hora local. 2:35 de Brasília), o Bispo de Roma, Francisco, retornou à casa do Pai. Toda sua vida foi dedicada a servir ao Pai e Sua Igreja."

Francisco foi considerado por alguns especialistas um papa moderno, próximo de causas sociais e sem medo de tocar em temas polêmicos para a tradição e os costumes católicos. Com o fim de seu papado, inicia-se um processo longo, que passa por um período de luto e pelos rituais fúnebres, até a eleição de um novo papa.

Os papas são tradicionalmente escolhidos por cardeais num processo eleitoral extremamente secreto que remonta aos tempos medievais.

Quando um papa morre, nove dias de luto são declarados e o enterro ocorre entre o 4º e o 6º dia após a morte. O funeral é organizado pelo camerlengo (título do tesoureiro nomeado da Santa Sé), que também organiza o conclave que escolhe o próximo papa. Atualmente, essa função é desempenhada pelo cardeal irlandês Kevin Farrell.

O papa Francisco quebrou a tradição e escolheu um Anel do Pescador de prata em vez de ouro, objeto será quebrado após a sua morte pelo camerlengo.

Em um ato simbólico, o camerlengo quebra o "Anel do Pescador", o anel de sinete de ouro dos papas. No centro do anel, há uma gravura de São Pedro lançando sua rede de um barco e o nome do pontífice reinante está inscrito na borda.

O ato simboliza a suspensão do poder pontifício. Este é o momento da chamada sede vacante, ou "trono vazio". O poder dentro da igreja passa então às mãos do Sagrado Colégio dos Cardeais.

Ainda nesta segunda-feira, às 15h no horário de Brasília, dia do falecimento do pontífice, o cardeal Kevin Joseph Farrel, presidirá o rito de constatação da morte e o depósito do corpo do papa Francisco no caixão. A expectativa é que o funeral do papa seja realizado na Praça de São Pedro, bi Vaticano, atraindo milhares de fiéis e chefes de Estado.

A cerimônia deverá ser conduzida pelo decano do Colégio dos Cardeais, atualmente o italiano Giovanni Battista Re, de 91 anos. Tradicionalmente, os papas costumam ser sepultados nas Grutas do Vaticano, criptas localizadas sob a Basílica de São Pedro, onde estão enterrados quase 100 papas, incluindo Bento 16, morto em 2022.

No entanto, Francisco manifestou o desejo de ser sepultado na Basílica de Santa Maria Maior, em Roma, uma das suas igrejas favoritas. Se este desejo se concretizar, ele será o primeiro papa em mais de um século a ser enterrado fora do Vaticano.

Pela tradição, os corpos de papas costumam ser colocados dentro de três caixões, feitos de cipreste, chumbo e carvalho. Francisco, no entanto, pediu para ter um funeral mais simples, e para ser enterrado apenas num caixão de madeira e zinco.

Os cardeais devem se reunir no Vaticano entre o 15º e o 20º dia após a morte do papa, onde ficarão em acomodações especiais enquanto as eleições acontecem. O número desses "cardeais eleitores" geralmente é limitado a 120, mas atualmente há 135 deles com condições para eleger o novo papa.

Ao todo, há 252 cardeais em todo o mundo, mas aqueles com mais de 80 anos não têm permissão para votar. A votação requer uma maioria de dois terços e a votação continua até que isso seja alcançado. Se os cardeais não conseguirem chegar a um acordo sobre a pessoa a ser eleita, a votação é suspensa por um dia de oração e discussão antes de a votação começar novamente.

Na reunião, todos eles, incluindo os aposentados, discutirão em segredo os méritos dos prováveis candidatos. Segundo o Vaticano, os cardeais são guiados pelo Espírito Santo. Mas embora uma campanha pública seja proibida, a eleição papal ainda é um processo altamente político.

Os encarregados pela coalizão têm duas semanas para forjar alianças, e acredita-se que os cardeais mais velhos, apesar de terem menos chances de se tornarem pontífices, reúnem maior poder de influência.

A eleição de um papa é conduzida em condições de segredo únicas no mundo moderno. Os cardeais são trancados no Vaticano até chegarem a um acordo – o significado da palavra conclave indica que eles estão literalmente trancados "com uma chave". O processo de eleição pode levar dias. Em séculos anteriores, ele durou semanas ou meses, e alguns cardeais até morreram durante os conclaves.

A ameaça de excomunhão paira sobre qualquer um tentado a quebrar esse silêncio. João Paulo 2º mudou as regras do conclave para que um papa pudesse ser eleito por maioria simples, mas Bento 16 mudou os requisitos de volta para que uma maioria de dois terços seja necessária, o que significa que o eleito provavelmente será um candidato de base ampla.

Sabe-se por todos a importância da escolha para o novo líder a religião católica, neste momento em luto, que as orações, pensamentos positivos e boas vibrações, sejam os norteadores de todas as pessoas envolvidas, direta ou indiretamente no processo.

Paz&Bem.

(*) Bacharel em Teologia Interconfessional, Filosofia, pós graduado em Filosofia religiosa, Mediação de conflitos, Aconselhamento cristão e capelania.